08.03.2023

A Vocação nos chama para proclamar o amor de Deus

Seguimos a Jesus Cristo e respondemos ao chamado recebido no Batismo.

Toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho… é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus.

O Papa Francisco compara a vocação e o percurso de crescimento ao trabalho de um escultor, do “Escultor divino” que, com as suas “mãos”, faz cada um de nós sair de si mesmo, para que se delineie a obra-prima que é chamado a ser.

Deus tem um plano para todos nós. E nem sempre condiz com o que os outros pensam, mas com o que Ele tem guardado para cada pessoa. A vocação é o chamado de Deus para um caminho específico que cada um de nós precisa descobrir e percorrer, não é evidente, como tantas coisas que podemos ouvir, ver ou tocar na nossa experiência diária. Deus vem de forma silenciosa e discreta, sem se impor à nossa liberdade. Assim pode acontecer que a sua voz fique sufocada pelas muitas inquietações e solicitações que ocupam a nossa mente e o nosso coração, nos adverte o Papa.

Há diversos tipos de vocação e, apesar de serem direcionadas a cada um de nós, a vocação é um ato coletivo: cada vocação na Igreja e, em sentido largo, também na sociedade, concorre para um objetivo comum: fazer ressoar entre os homens e as mulheres aquela harmonia dos múltiplos e variados dons que só o Espírito Santo sabe realizar. 

Na diversidade e especificidade de cada vocação, pessoal e eclesial, é preciso escutar, discernir e viver a Palavra, que nos chama do Alto e, ao mesmo tempo, nos permite render nossos talentos, fazendo de nós instrumentos de salvação no mundo e orientando-nos à plenitude da felicidade, nos ensina o Pontífice.

A Vocação pode ser apresentada como:

Vocação Cristã: pelo Batismo a pessoa se torna cristã e, aos poucos, cresce, aprofunda sua experiência de fé e assume uma identidade que a caracteriza como discípula, seguidora do próprio Cristo. A vocação cristã é assumida e realizada na família, na sociedade e na comunidade. Considerado fonte de todas as vocações, a partir do Batismo,  o cristão viverá uma vocação específica que pode ser:  vida matrimonial, vida religiosa consagrada, vida sacerdotal e a vocação do cristão leigo.

Matrimônio: No amor de Deus, o casal é chamado a edificar o amor conjugal para formarem uma família. O Papa Francisco orienta aos casais: Vocês assumiram construir uma casa juntos. Não queiram construí-la sobre a areia dos sentimentos que vão e que vêm, mas sobre a rocha do amor verdadeiro, o amor que vem de Deus. A família nasce deste projeto de amor que cresce como se constrói uma casa, que seja lugar de afeto, de ajuda, de esperança, de apoio. Como o amor de Deus é estável e para sempre, assim também queremos que seja estável e para sempre o amor que funda a família. A família é o berço de todas as vocações.

Vocação à Vida Consagrada: é uma resposta ao chamado de Deus, sentido no coração, discernido e assumido com a disposição de viver a radicalidade do Batismo, entregando a vida, juventude, tempo, forças, inteligência e amor a serviço dos irmãos e irmãs, nos mais diferentes contextos. A experiência fraterna, na Comunidade, está enraizada na vivência do Evangelho e dos valores que nutrem a Congregação. Com liberdade, a pessoa assume seguir Jesus Cristo, assumindo seu modo de viver, disponível para realizar uma Missão na Igreja e no mundo, segundo um carisma específico.

Vocação à Vida Sacerdotal: a partir da inspiração de Jesus Bom pastor que ama e dá a vida por suas ovelhas, há homens que se sentem chamados a continuarem a Missão de Jesus, recebendo o Sacramento da Ordem, colocando-se inteiramente a serviço do Povo de Deus. O Senhor olha com ternura e compaixão para os sacerdotes, oferecendo-lhes as coordenadas a partir das quais hão de reconhecer e manter vivo o ardor pela missão: proximidade que é compassiva e terna, proximidade com Deus, com o bispo, com os irmãos presbíteros e com o povo que lhes foi confiado. Uma proximidade com o estilo de Deus, que Se aproxima com compaixão e ternura, nos ensina o Papa Francisco.

Vocação do Cristão Leigo: os cristãos leigos, casados ou solteiros vivem sua vocação sendo sinais de Cristo e do Evangelho na sociedade. Podem atuar em diferentes atividades na Igreja e no mundo, chamados a crescerem na fé, cultivarem a santificação pessoal no seio da família e da sociedade. Sal da terra e Luz do mundo onde estiverem.

A Vocação nos ensina a moldar o mundo sob os olhos de Deus, compartilhando seu amor, suas palavras e promovendo o bem de todos. Em uma de suas mensagens sobre Vocação, o Papa Francisco nos ensinou:

“Somos como os ladrilhos dum mosaico, belos já quando vistos um a um, mas só juntos é que formamos uma imagem. Brilhamos, cada um e cada uma de nós, como uma estrela no coração de Deus e no firmamento do universo, mas somos chamados a compor constelações que orientem e iluminem o caminho da humanidade, a partir do ambiente onde vivemos”.

A partir do momento em que escolhemos seguir a Vocação que Deus nos inspirou, estaremos realizando os desígnios propostos a nós. Caminharemos em busca do amor, da fidelidade e da misericórdia de Deus.

Tudo se torna um diálogo vocacional entre nós e o Senhor, que, se vivido em profundidade, nos faz tornar cada vez mais aquilo que somos e abraçar a vocação ao sacerdócio, à vida consagrada ou ao matrimônio com alegria, fidelidade e disposição, nos ensina o Pontífice.