11.08.2023

Fraternidade Universal: O Caminho para uma sociedade mais solidária

Fraternidade Universal

Vivemos em um mundo onde a divisão, a polarização e o individualismo parecem prevalecer. No entanto, mesmo diante desse cenário desafiador, há o convite para mantermos a esperança na fraternidade universal por meio de um processo educacional emancipador. O propósito de uma sociedade fraterna, baseada no diálogo, no respeito mútuo e na solidariedade, pode parecer utópica para alguns, mas é um ideal a perseguir.

O que é fraternidade universal?

A Fraternidade Universal é a busca incansável em promover a união e a solidariedade entre todas as pessoas, independentemente de sua origem, raça, religião ou qualquer outro tipo de diferença. O propósito é que todos sejam tratados como irmãos, compartilhando a responsabilidade de cuidar uns dos outros e da Casa Comum, o planeta Terra.

Os desafios da fraternidade no mundo contemporâneo

No mundo agitado e individualista no qual estamos inseridos, a fraternidade se tornou um valor cada vez mais desafiador a ser vivenciado. A falta de conexão entre as pessoas, o egoísmo e a competição desenfreada têm contribuído para o enfraquecimento dos laços fraternos. No entanto, mesmo diante desses obstáculos, a esperança de uma sociedade mais fraterna e solidária persiste.

A fraternidade, ou seja, o sentimento de que somos irmãos, de pertencimento a uma mesma família, é essencial para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Um dos principais desafios da fraternidade é a falta de empatia. Muitas vezes, as pessoas estão imersas exclusivamente em suas próprias vidas e preocupações, esquecem-se de olhar para o outro e compreender suas necessidades. A empatia é fundamental para estabelecer laços fraternos, pois possibilita enxergar o próximo como um ser humano com as mesmas dores, alegrias e sonhos que nós. 

É importante também olhar para a competição desenfreada que permeia a sociedade, o anseio por buscar o sucesso a qualquer custo. Essa mentalidade competitiva muitas vezes nos impede de colaborar e ajudar os outros, uma vez que o próximo é tido como um concorrente em potencial. Para superar esse desafio, é necessário cultivar uma mentalidade que privilegia a cooperação e a solidariedade, contribuindo assim para a formação de uma nova cultura, na qual todos se reconhecem como irmãos e irmãs.

Quais os possíveis caminhos para a fraternidade universal

Como seria viver em um mundo onde a fraternidade fosse a base de todas as relações? Uma sociedade em que todos se tratam como verdadeiros irmãos, independentemente de sua origem, classe social ou crenças. Parece um sonho distante, mas o Papa Francisco convida a refletir sobre essa possibilidade em sua encíclica “Fratelli Tutti”, Todos Irmãos e apresenta possíveis caminhos para alcançar a tão desejada fraternidade universal. O primeiro caminho é a abertura ao diálogo. Ele encoraja a superar os limites do mundo e ouvir o que os outros têm a dizer. Pelo diálogo, há a oportunidade de compreender diferentes perspectivas e encontrar soluções que beneficiem a todos. Outro caminho é a inclusão dos mais frágeis e marginalizados. O Papa chama atenção para a necessidade de combater a cultura do descarte, que ignora e despreza os mais vulneráveis. Ele nos convida a acolher os migrantes, os refugiados e todas as pessoas que sofrem exclusão social, afirmando que “não podemos dormir tranquilos enquanto uma única pessoa no mundo suportar qualquer tipo de ofensa“. A solidariedade também é um caminho fundamental para a fraternidade universal. 

Educação para a Fraternidade

A educação, segundo o Papa Francisco é “uma alavanca para a promoção da fraternidade universal”. No documento “Fratelli Tutti” instiga a desenvolver uma educação integral, para além do ensino de conteúdos acadêmicos, que forme pessoas capazes de cultivarem o respeito, a compaixão e o amor ao próximo. É crucial que as instituições educacionais, desde a educação básica até as universidades, adotem um enfoque pedagógico voltado para a promoção da fraternidade universal. 

Pois a fraternidade é uma abordagem que deve perpassar o universo educacional, buscando emancipar os sujeitos, promovendo e potencializando valores como o respeito, a empatia, a compaixão, a cooperação, o diálogo intercultural e a solidariedade. Pela educação é possível ensinar às crianças e jovens a importância de se relacionar de forma harmoniosa com os outros, desenvolvendo habilidades socioemocionais que os ajudarão a construir uma sociedade mais fraterna e solidária.

Em resumo, é justamente nesse cenário desafiador que somos convidados a buscar um processo educacional emancipador, que propicie um caminho de diálogo, respeito mútuo e solidariedade.