A história da Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt
A Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt teve início em 1276, na cidade de Ingolstadt, na Baviera, Alemanha, cerca de 50 anos após a morte de São Francisco de Assis. A pregação dos seguidores de Francisco toca profundamente duas jovens ricas.
Século XIII – Fundação – Beguinas: Duas jovens nobres, Diemuth Thrailacherin e Margareth von Puch, iluminadas pelo Espírito Santo de Deus, abandonam sua casa paterna e se dedicam a uma vida de serviço a Deus e aos pobres, como irmãs de todos. Eram denominadas “Beguinas” ou “Irmãs das Almas”.
Século XV – Franciscanas: Francisco de Assis iniciou seu movimento no Século XIII, sua espiritualidade e forma de viver o Evangelho se difundiram em toda a Europa. Devido à presença e grande influência dos Franciscanos, na cidade de Ingolstadt, as Irmãs tiveram uma forte ligação com o Carisma e a Espiritualidade Franciscana.
No século XV, as Irmãs aderiram oficialmente ao Movimento Franciscano e professaram, definitivamente, a Regra de Vida da Terceira Ordem Regular de São Francisco, tornando-se religiosas consagradas dessa Ordem.
Século XVII – Monjas: Neste século, eclodiu, na Europa, a Guerra dos 30 anos e, devido à realidade social e política da Alemanha, por ordem do Duque Maximiliano I, do Papa Urbano VIII, e também motivadas por inspiração divina, as Irmãs assumiram a Clausura total e se consagraram a Deus como monjas, vivendo no claustro de Gnadenthal, dedicando-se à vida de oração, de trabalho e de fraternidade.
Século XIX – Professoras: Em tempos de secularização e de governo anticlerical, a Congregação esteve próxima de encerrar suas atividades. Em 2 de março de 1802, recebeu a ordem de que seria um “convento central e terminal”, ficando, assim, proibida a admissão de novos membros, aguardando apenas a morte de todas as Irmãs que ali viviam. Graças à atuação da italiana, Irmã Úrsula de Lucca, que fez um pedido a um amigo do rei, que intercedeu junto a esse pela continuidade da Congregação, foi concedida a possibilidade de admissão de novas Irmãs, desde que elas se propusessem a trabalhar no ensino da juventude feminina da cidade, ao que as Irmãs prontamente responderam que sim, assumindo assim uma nova frente de trabalho da Congregação: a educação.
Século XX – Missionárias: Devido à perseguição nazista, as Irmãs passaram a ter dificuldades de desenvolver seu trabalho nas Escolas de Ingolstadt e o Convento passou a ser perseguido; a fome e a Guerra assolavam a Alemanha. Nesse período, as Irmãs decidiram mudar os rumos da Congregação e a motivação foi desenvolver um trabalho missionário no Brasil.
O primeiro grupo de cinco irmãs desembarcou no Rio de Janeiro, em 12 de outubro de 1938 e, em dezembro do mesmo ano, seguiram para Aiuruoca – MG; no ano seguinte, o segundo grupo de sete Irmãs juntou-se a elas, sendo que algumas se estabeleceram em Baependi – MG. As cinco primeiras missionárias chegaram a Aiuruoca, Minas Gerais, em 23 de dezembro de 1938 e, a partir de 1939, desenvolveram ali um trabalho que perdurou por dez anos.
O segundo grupo das Irmãs chegou ao Brasil, em agosto de 1939, e iniciou suas atividades em Baependi – MG. Ao longo desses anos de Brasil, as Irmãs Franciscanas de Ingolstadt expandiram sua Missão para São Paulo, Paraná, Pará e, em 25 de fevereiro de 2008, para Luanda, Angola – África.
A rotina da Congregação das Irmãs Franciscanas de Ingolstadt
- As Irmãs atuam em colégios.
- Realizam obras sociais.
- Participam de missões.
- Trabalham em Paróquias e Comunidades
- Ajudam no lar de idosos e na pastoral da saúde.
As Irmãs herdaram o precioso legado de trabalho e riqueza espiritual de sua congregação multissecular. Motivadas pelo sopro do Espírito Santo e ligadas ao carisma comum do Pai Seráfico, Francisco de Assis, querem e buscam ser presença no meio do povo e, dessa forma “seguir Jesus Cristo, Pobre, Crucificado e Misericordioso, como Irmãs de todos, para promover e restaurar a Vida, transformando o vale de lágrimas em Vale de Graças”.
Qual o carisma da Congregação?
O carisma é viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo em obediência, sem nada de próprio e pureza de coração, na contemplação e ação, sob a inspiração de São Francisco, como Irmãs do Vale de Graças. Sua missão é seguir Jesus Cristo Pobre, Crucificado e Misericordioso, como Irmãs de todos, para promover e restaurar a Vida, transformando o vale de lágrimas em Vale de Graças.
Quem pode ser Irmã?
Jovens mulheres solteiras, sem filhos, que sentem em seu coração o chamado de Deus para uma vida consagrada a Deus, que desejam viver sua fé com radicalidade. A palavra vocação vem do latim vocare, que significa convocar, chamar, escolher. É um chamado íntimo a cada pessoa e também a uma forma própria de viver.
O que diz a Igreja?
A Igreja, no Código de Direito Canônico nº 241, traz algumas orientações fundamentais que podem ser observadas por qualquer movimento religioso e devem ser exigidas para o ingresso. São elas: suas qualidades humanas e morais, espirituais e intelectuais, sua saúde física e psíquica, como também reta intenção. Essas são algumas necessidades físicas e humanas que são requisitos para a admissão à vida religiosa em geral.
Como se dá o chamado de Deus?
Como em Maria, Deus tocou o nosso coração num determinado dia, numa determinada circunstância, “chamado” que ficou em nossa memória e dissemos, sim! “É isso que eu quero, é isso que eu procuro de todo o coração”!
Na certeza do Deus Amor, revelado em Jesus, fomos consagradas para ser Sua presença e misericórdia. Ele, confia no nosso sim, porque Ele é fiel. Deus vivo desposa a nossa fraqueza, está perto de nós, habita nosso coração, e “na sua Luz, vemos a luz! (Sl.36).
Como você pode fazer parte dessa missão?
A opção de fazer parte da Vida Religiosa, como Irmã, exige oração, diálogo e discernimento para saber se realmente essa é a forma de vida a que você se sente chamada por Deus, se essa é a sua vocação.
Dicas que poderão ajudar no discernimento vocacional:
Pesquise na Internet – você descobrirá muitas congregações, que apresentam seus carismas e sua Missão.
Dialogue em sua Paróquia – se possível, dialogue com o Pároco de sua comunidade ou outra liderança para que possa ajudá-la a discernir e aprofundar a reflexão sobre a sua vocação.
Entre em contato e faça visitas – as Irmãs irão acolher você e apresentar sua forma de vida, poderá fazer visitas, participar de eventos, sem compromisso, essa experiência ajudará no seu discernimento, você terá uma ideia mais clara de como é ser uma Irmã e como é a vida de uma comunidade religiosa. Caso não consiga ter acesso a um grupo, busque informações com o padre da sua paróquia ou com as pessoas mais ativas na comunidade.
Entre em contato com as comunidades que despertaram o seu interesse – Cada Congregação é única, com uma missão e especificidades próprias. É melhor informar-se diretamente com a instituição para poder escolher a que mais combina com você. Procure contatar mais de uma instituição, como parte do processo de discernimento.
Etapas da formação
Acompanhamento: a jovem interessada faz visitas à Congregação e é acompanhada por uma Irmã, que vai até sua casa conhecer o ambiente familiar e a orienta em seu discernimento.
Aspirantado: a vocacionada vai residir na casa de formação e participa do cotidiano das Irmãs e do trabalho pastoral.
Postulantado: a partir de sua opção, a jovem assume a nova fase e inicia esse percurso de oração, estudo e aprofundamento de sua vocação.
Noviciado: há um comprometimento maior com a forma de vida da Congregação. É um período de maior tempo de oração e recolhimento.
Juniorato: ao final do Noviciado, a jovem emite os primeiros votos, por um ano, depois os renova por mais três, até sua consagração definitiva, com os Votos Perpétuos.
Exortações do Papa Francisco
Somos chamados a levar uma mensagem de esperança, que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus, a sua ternura. O nosso Deus é o Senhor da consolação, o Senhor da ternura. O Senhor é pai e Ele disse que procederá conosco como faz uma mãe com o seu filho – com ternura. Não tenhais medo da consolação do Senhor.
Foi Cristo que vos chamou a segui-lo na vida consagrada, e isto significa realizar constantemente um “êxodo” de vós mesmos para centrardes a vossa existência em Cristo e no seu Evangelho, na vontade de Deus, despojando-vos dos vossos projetos, a fim de poderdes afirmar com São Paulo: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20)
Esta estrada tem um nome, um semblante: o rosto de Jesus Cristo. É Ele que nos ensina a tornarmo-nos santos. É Ele que, no Evangelho, nos indica o caminho: a via das bem-aventuranças (cf. Mt 5, 1-12). Essa é a vida dos Santos: pessoas que, por amor a Deus, na sua vida não lhe puseram condições.
O permanecer em Cristo permite-nos colher a presença do Mistério que habita em nós e nos dilatar o coração, segundo a medida do Seu coração de Filho. Quem permanece no Seu amor, como o ramo ligado à videira (cf. Jo 15, 1-8), entra na familiaridade com Cristo e produz fruto: Permanecer em Jesus! Permanecer ligado a Ele, dentro dele, com Ele, falando com Ele.