O Seráfico Pai São Francisco nutria um especial amor e veneração pela bem-aventurada Virgem Mira, de modo que “se abrasava, de devoção para com a Mãe de toda bondade” (cf. I Celano 21,3). Seu confiante e filial afeto pela Imaculada Mãe de Deus é expresso sob vários prismas que vão desde seu carinho pela Igrejinha de Nossa Senhora da Anjos (Porciúncula) até o fato de tê-la constituído como Advogada da Ordem, confiando à sua proteção, os filhos que haveria de deixar para serem aquecidos a protegidos (cf. II Celano 198,3).
Ao longo dos séculos, os filhos e filhas do Pobrezinho de Assis expressam de vários modos o seu afeto e a sua confiança na Virgem Santíssima, a qual, desde os primórdios da história franciscana, ocupou importantíssimo lugar no culto, nas devoções e, sobretudo, nos corações dos que, chamados por Deus, constituíram e continuam a Família Franciscana ao redor do mundo e em toda as épocas.
De fato, é com razão que louvamos a Imaculada Mãe de Deus, e, desde as origens do franciscanismo, muitos foram os que honraram e Virgem Maria, a exemplo de Santo Antônio, em seus Sermões Marianos, o qual no prólogo dos mesmos, disse com doçura e piedade acerca de Nossa Senhora: “Como a estrela da manhã, no meio da névoa, e como a lua cheia, brilha durante a sua vida. E é como um sol refulgente. É como um arco-íris que reluz entre as nuvens da glória, e como a flor da rosa em seus dias de primavera, e como os lírios que estão junto da corrente da água” (SANTO ANTÔNIO, p. 1493).
Desse modo, o presente artigo traz, desde seu título, a marca do amor para com Nossa Senhora presente indelevelmente na Ordem Seráfica. A expressão “Ave, Senhora, Rainha santa” é o início da “saudação `bem-aventurada Virgem Maria”, oração essa composta por São Francisco de Assis, enaltecendo com vários títulos a Mãe de Jesus e nossa. Assim sendo, augura-se que este singelo artigo possa tornar mais ardente e fervoroso o nosso amor e a nossa confiança para com Maria Imaculada, nossa Mãe e nossa Rainha.
Frei Hércules de Vasconcelos Moreno, OFMCap. – Revista Convergência Maio, Junho e Julho -2021- Ano LVI