“Depois disso, vi uma multidão imensa de gente de todas as nações, tribos, povos e línguas, e que ninguém podia contar. Estavam de pé diante do trono e do Cordeiro; trajavam vestes brancas e traziam palmas na mão. E então ele me disse: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro” (Ap 7,9.14b).
Roupas brancas alvejadas no sangue. É claro que se trata de uma linguagem simbólica da qual lança mão o Evangelista João no Livro do Apocalipse. Pensando-se literalmente, pareceria bastante estranho alguém conseguir alvejar uma roupa branca em sangue. No mínimo, a peça ficaria tingida da rubra cor. No entanto, ao examinarmos a cena sob o ocular do paradoxo da Encarnação de Deus em Jesus Cristo e de todo percurso empreendido pelo Filho do Homem – Paixão, Morte e Ressurreição – podemos intuir que, na lógica cristã, ser santo significa estar disposto a tornar-se puro lidando com impurezas – as próprias e as dos outros – e, não obstante os riscos que elas trazem consigo, manter-se firme na fé. O Mestre percorreu este caminho e ressurgiu glorioso, com as vestes alvejadas no sangue da cruz. Ele nos chama a seguir pelo mesmo caminho. A grande força para este empenho é a certeza do crente de que Deus jamais o abandona. O Mestre percorreu este caminho e ressurgiu glorioso, com as vestes alvejadas no sangue da cruz. Ele nos chama a seguir pelo mesmo caminho. A grande força para este empenho é a certeza do crente de que Deus jamais o abandona.
Esta foi a conduta de Cristo e é o caminho que Ele propõe aos cristãos. A busca da santidade se dá no concreto da existência, entre conquistas e fracassos, entre limites e superação, entre graça e perdição. Construir uma vida santa é sentir-se parte de uma Igreja que não tem medo de se sujar quando parte em resgate daqueles que estão atolados na lama do vício, do pecado, da injustiça e do sofrimento. Quanto mais o cristão descobre a graça que é entregar-se por amor àqueles que jazem à beira do caminho, mais entusiasmo ele descobre em sua vocação de batizado, mais radiante é o seu testemunho e, para usar a imagem do Apocalipse, mais suas vestes são alvejadas no sangue do Cordeiro que continua a ser derramado naqueles que doam sua vida em favor do Reino. ( Frei Gustavo Medella)
Paz e Bênçãos!
Ir. Romana Rossetto