{…} Maria é o verdadeiro Templo, é espaço de presença do Espírito, lugar sagrado onde habita a divindade para, a partir dela, expandir-se depois a todo o povo. Ela é lugar de plenitude do Espírito, terra da nova criação, templo do mistério. Evidentemente, esta presença é dinâmica: o Espírito de Deus está em Maria para fazê-la mãe, lugar de entrada do Salvador na história.
Ela não é um instrumento mudo, não é um meio inerte que Deus se limitou a utilizar para que fosse possível a Encarnação.
Maria oferece ao Espírito de Deus sua vida humana para que, através dela, o mesmo Filho Eterno possa entrar na história. Toda envolvida pelo amor divino, Maria soube colocar-se, em total disponibilidade, nas mãos de Deus, para cumprir sua santa vontade: “Eis a serva do Senhor, faça-me em mim conforme a tua palavra”.
Por isso a “Imaculada Conceição” é um dogma teologal, ou seja, expressa a certeza de que Deus quis comunicar-se de maneira transparente com os homens; buscou e encontrou em Maria uma interlocutora privilegiada, capaz de escutá-lo e responder-lhe, compartilhando seu mesmo desejo de Vida plena. É um dogma sobre Deus, que não quer o “pecado” dos homens e mulheres, mas o amor que cria e dá a vida.
Uma tal comunhão com Deus excluía qualquer traço de egoísmo e de pecado. Só a plenitude da graça (“cheia de graça”) permitiu-lhe ser totalmente despojada de si para cumprir o projeto de Deus. Daqui brota a fé de que Maria, mesmo antes de nascer, foi preservada do pecado.
A festa da Imaculada Conceição leva-nos, portanto, a pensar em Maria como aquela que, movida pela Graça realizou-se como pessoa que acolhe o desejo de Deus e lhe corresponde com seu mais profundo desejo. Ao encarnar-se por meio dela, Deus não se impôs a partir de cima ou de fora, mas deseja e pede sua colaboração; por isso lhe fala e espera sua resposta, como indica o texto de Lucas, uma cena simbólica que pode apresentar-se como diálogo do consentimento: Maria respondeu a Deus em gesto de confiança sem fissuras; confiou n’Ele, lhe deu sua palavra de mulher, pessoa e mãe. Ambos se uniram para compartilhar uma mesma aventura de amor e de graça, a história divino/humana do Filho eterno.
Para isso, a liturgia desta festa nos convida a focar a atenção no momento da Encarnação de Jesus, como fruto de um profundo diálogo entre Maria e o anjo de Deus. É no seu diálogo de amor fecundo com Deus que podemos e devemos afirmar que Maria é Imaculada. Nessa linha, a Igreja pode afirmar que Maria é (e foi se fazendo) Imaculada ao dialogar com Deus em profundidade pessoal.
Deus mesmo quis conduzi-la desde o momento de sua origem humana (concepção), como conduz cada homem e cada mulher que nascem neste mundo. Ali onde um frágil ser humano (uma mulher e não uma deusa), pode escutar Deus em liberdade e dialogar com Ele em transparência, surge o grande milagre: o Filho divino já pode existir em nossa terra. (Trecho Reflexão – Pe. Adroaldo Palaoro)
Queridas Irmãs!
Este dia da Festa da Imaculada Conceição foi escolhido para a Entrada no Noviciado das Postulantes:
Cristina Armindo Lourenço Quissanga; Ginga Inês João; Isabel Mire Elizandra C. J. Zecai ; Luisa Pedro Lutumba Filipe, em Luanda-Angola.
Assim como em Maria, com para as jovens que hoje ingressam no Noviciado, como para cada uma de nós, Deus estabelece diálogo. Que Maria Imaculada nos ensine e nos conduza em nossa resposta para que possamos nos libertar de tudo aquilo que impede a realização do projeto que Ele pensou para cada uma nós.
Estaremos em sintonia e oração com nossas Irmãs: Claudina, Ana, Isabel e Inês!
Estamos felizes com as nossas primeiras Noviças em Luanda/Angola: Novo Vale de Graças!
Que Deus as abençoe, plenifique seu coração de Paz porque, com coragem e confiança, declaram com fé, o sim através do qual Ele pode realizar Seu Projeto de Amor sobre cada uma delas.
Maria, Mãe Imaculada, intercedei hoje e sempre por todas nós!
Ir. Romana Rossetto.