“Não devias tu também ter compaixão do teu companheiro?”
(Mt 18,21-35; Dn 3,34-43; Sl25)
· Prepare-se para a oração, criando um ambiente interno e externo de silêncio e escuta amorosa.
· Peça a Deus a graça de ser aprendiz na escola da vida de Jesus, para ser presença amorosa e compassiva nos ambientes cotidianos.
· Aguce seus ouvidos para acolher o novo ensinamento de Jesus, por meio da parábola deste dia.
O tema: “Misericórdia” ganhou destaque nos últimos anos na Igreja. O Papa Francisco dedicou um ano a ele (Jubileu da Misericórdia}. O modelo que devemos seguir é o da misericórdia divina.
Jesus já disse “Sede misericordiosos como vosso Pai celeste é misericordioso” (Lc 6,34). Deus-Pai é compassivo: essa é a base do ensinamento e da atuação de Jesus. Ele nunca fala de um Deus indiferente, frio, afastado dos homens, de costas para os problemas deles. Do mesmo modo, vemos que Jesus não apresenta um Deus preocupado com seus interesses, sua glória, sua liturgia, seu templo, seu sábado…A preocupação do Deus de Jesus é o ser humano, sobretudo aquele que mais sofre e é excluído.
A compaixão é a reação primeira de Deus diante de seus filhos e filhas. Poderíamos dizer que a primeira coisa que Deus sente ao olhar-nos é compaixão. Jesus diz que Deus sente o que uma mãe sente pelo filho que carrega no ventre, ou seja, Deus nos carrega em suas entranhas. Deus não exclui ninguém e em seu coração compassivo cabem todos.
Chegou o momento de recuperar a compaixão como a herança decisiva que Jesus deixou à humanidade, a força que deve impregnar a marcha do mundo, o princípio de ação que deve mover a história para um futuro mais humano. – É a compaixão, ativa e solidária, aquela que nos há de conduzir para esse mundo digno e ditoso, querido por Deus para todos.
Além disso, a compaixão é o sentimento mais nobre; ele faz com que nos pareçamos com Deus. O modo de olhar o mundo com compaixão, de olhar as pessoas com compaixão, os acontecimentos e a vida inteira com compaixão, é a melhor maneira de nos parecermos com Deus.
A compaixão não é passiva, e sim altamente ativa. Ao se fazer presente nas relações e na convivência humana, ela, se torna um “estilo de vida”.
Com-paixão é a capacidade de com-patilhar a própria paixão com o outro. Trata-se de sairmos de nós mesmos e de nosso próprio círculo e entrarmos no universo do outro como outro, para sofrermos com ele, para cuidarmos dele, para nos alegrarmos e caminharmos com ele, e para construirmos uma vida em comunhão e solidariedade.
Na oração:
· Recordar que você foi beneficiado e reconstruído pela compaixão (começar por Deus, outros…).
· Revisitar experiências pessoas que despertaram a compaixão em você.
· Como você vive sua missão: com compaixão ou como atividade burocrática?
Reflexão dos Padres Jesuítas