DOMINGO DE PÁSCOA - O perfume da nova vida ressuscitada

Notícias | 03 de April de 2021

DOMINGO DE PÁSCOA - O perfume da nova vida ressuscitada
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“Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago e Salomé, compraram perfumes para ungir o corpo de Jesus. E bem cedo, no primeiro dia da semana, ao nascer do sol, elas foram ao túmulo” (Mc 16,1-2).

As mulheres revelaram uma presença fundamental nos relatos da Páscoa. Elas seguiram e serviram a Jesus com seus bens pelos caminhos da Galileia e permaneceram fiéis até o final, até a Cruz. São testemunhas, como tantas mulheres de hoje, da fidelidade nas situações limite, onde o que lhes toca fazer é estar e acompanhar, na sua impotência e luto, até que emerja o inédito. São testemunhas da semente do amor entregue, que, embora invisível no ventre da terra, vai pouco a pouco, abrindo caminho para a luz, afastando pedras e abrindo espaços, dando à luz o novo, porque o Deus de Jesus não é um Deus de mortos, mas de vivos.

Frente à traição e a ausência dos discípulos, as mulheres foram significativas por sua lealdade. Enquanto o grupo de homens se trancou na passividade covarde, elas optaram pelo enfrentamento da realidade, vencendo o medo, colocando-se a caminho.

Das mulheres que foram ao sepulcro na manhã de Páscoa, levando perfumes, podemos aprender sua capacidade de enfrentar os acontecimentos com sabedoria e audácia.

Elas são as mulheres “mirróforas”, ou seja, portadoras de perfumes, que madrugam para ir ungir o corpo de Jesus. São conscientes do tamanho da pedra e de sua impossibilidade de removê-la, mas isso não é um obstáculo em sua determinação de ir ao túmulo para fazer memória d’Aquele que abriu para elas um horizonte de sentido.

A alusão ao “primeiro dia da semana” e o “nascer do sol” acompanham a entrada delas em cena, na madrugada da Páscoa: estamos no começo da Nova Criação e a luz da Ressurreição as envolve em seu resplendor.

Quem busca, encontra; as mulheres foram as primeiras que viram este instigante sinal: a grande pedra tinha sido removida e o túmulo estava vazio. E foram as primeiras a “entrar”.

Entraram no túmulo: esta foi a experiência das discípulas de Jesus, ou seja, entraram no mistério que Deus realizou com sua vigília de amor. Não se pode fazer a experiência da Páscoa sem “entrar” no mistério.

As mulheres aprenderam uma lição inesquecível: é inútil busca Jesus no lugar da morte. O cenário da morte carece de respostas. A busca deverá ser feita no espaço onde se desenvolve a vida. As mulheres entendem que corresponde a elas tomar a iniciativa e tirar da covardia o grupo de discípulos, transmitindo um encargo a todos os que abandonaram Jesus e, em especial, a quem chegou a renegá-Lo: “...dizei a seus discípulos e a Pedro...” (v.7).

Agora, finalmente, Marcos cita os discípulos. Através das mulheres, eles receberão o encargo de Jesus. Elas se converteram em mensageiras da boa notícia; elas assumiram o protagonismo e relançaram o projeto do Reino a partir da grande intuição de Jesus: na Galiléia começou a história e ali deverá ser reiniciada. Seguir as pegadas do Galileu confirma que Ele vai adiante guiando os seus seguidores e seguidoras. Percorrer seus passos garante ao grupo a experiência de contar com Ele: “Ele irá à vossa frente, na Galiléia; lá vós o vereis, como ele mesmo tinha dito” (v.7).

Voltar à Galiléia significa retomar e prolongar a mensagem e a proposta do Reino de Jesus. Foi ali na Galiléia, que Jesus começou sua vida pública e atuou como aquele que veio aliviar o sofrimento humano, com a certeza de que o Reino tinha chegado e que Deus faria mudar a maneira de vida dos homens, partindo precisamente dos mais pobres e excluídos. Dessa forma, inicia-se um grande “movimento humanizador”, a partir de baixo, ou seja, dos últimos e pobres, anunciando e preparando a chegada do Reino na Galiléia.

Esta volta à Galiléia marca o começo da nova comunidade dos seguidores e seguidoras de Jesus. A partir desse lugar deve iniciar-se o novo caminho do seguimento.  Por isso, os (as) discípulos (as) devem entrar em sintonia com o modo original de ser e de viver de Jesus na Galiléia. É ali que se devem encontrar todos os que são de Jesus (Pedro, as mulheres, os discípulos de Jerusalém), para também ali retomar e prolongar o movimento iniciado pelo Mestre de Nazaré.

Mas é sobretudo através do “modo cristificado de ser e viver” que os (as) seguidores (as) de Jesus exalam um bom odor, criam uma atmosfera perfumada ao seu redor.

Assim, às vezes nos encontramos com ambientes que nos cativam e atraem, que desprendem um aroma agradável e prazeroso. São ambientes nos quais reina a acolhida, o diálogo amoroso, o compromisso, a simplicidade. Sempre agrada ficar por mais tempo. Nossa memória parte dali amavelmente carregada com energia salutar e nossos pulmões saem repletos de ar purificado, limpo...

Também existem outros ambientes cujo ar é irrespirável, fétido, com mau odor. São lugares onde há competições, agressividade e violência, onde as pessoas são manipuladas; são atmosferas arrogantes, infectadas, intolerantes, vazias. Saímos dali meio asfixiados, desejando não querer voltar mais.

Mensagem final

Todos nós cristãos, fomos ungidos com o óleo santo no batismo, fomos besuntados e massageados com um bálsamo cristificante. Por isso trazemos a força sanadora do perfume de Cristo, para sermos presenças diferenciadas em lugares que cheiram à morte e poder manifestar a beleza da vida cristã com a qualidade do nosso aroma.

Somos uma fragrância que é o símbolo da vida, e que, derramada em favor das pessoas, inunda o mundo, comunicando a salvação.

Páscoa é expandir o perfume da vida que nos envolve.

(A equipe do “Núcleo Inaciano” deseja uma “Páscoa perfumada” a todos)

 

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